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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"A rede está se tornando realmente perigosa", diz hacker

O hacker Paul Pablos Holman assegura que as pessoas revelam muitas informações na internet. Foto: Naira Hofmeister /Terra O hacker Paul "Pablos" Holman assegura que as pessoas revelam muita informação na internet

Paul "Pablos" Holman leva mais de 30 anos decifrando a tecnologia. Aos oito desmontou o primeiro computador de sua vida e hoje é um hacker mundialmente famoso que colabora com projetos científicos criativos que propõem soluções tecnológicas para problemas do mundo, como o aquecimento global.

Fora de seu trabalho no Intellectual Ventures Lab, Pablos se diverte buscando formas de roubar senhas de usuários de redes sociais e números de cartões de crédito que não utiliza nunca. Só pelo prazer de ser um hacker. Sua experiência na atividade lhe permite alertar os usuários de internet: "isso está se tornando realmente perigoso". Simplesmente, explica, porque "qualquer menino de 12 anos é capaz de ter acesso a dados pessoais a partir de perfis em redes sociais".

Sua opinião não está baseada no fato de que as novas gerações nasçam com maior facilidade no que se refere à tecnologia. Mas são as próprias empresas que desenvolvem produtos que permitem a uma pessoa minimamente familiarizada com internet buscar informações privadas de usuários de redes sociais.

Ele materializa sua teoria diante de algumas centenas de pessoas que foram ouvi-lo no 3º Congresso Internacional de Inovação, realizado em Porto Alegre. Abre seu computador portátil e mostra dados de pessoas que estão conectadas à rede wireless do evento. E pergunta: "Você está aí?". Uma a uma as pessoas se identificam, uma mescla de incredulidade e preocupação. "Se trata de um plugin de Firefox", gentilmente explica Pablos. "Com ele, é possível descobrir os logins de todos os que estão na rede".

E mais. Mostra como adquirir um scaner na loja virtual da Starbucks por US$ 8 que permite clonar os chips de cartões de crédito - considerados pelas empresas o supra-sumo da segurança. "As empresas realmente não investem o que deveriam. Não tanto por displicência, mas sim porque não sabem exatamente onde colocar seus investigadores", opina.

É impossível controlar a rede

No caso de cartões de crédito, esclarece Pablos, o consumidor dificilmente sofrerá danos porque as empresas geralmente localizam a compra fraudulenta e devolvem o dinheiro ao dono do cartão. "Agora, com compras com débito pode ser pior. Porque neste caso, é o teu dinheiro de verdade, não um empréstimo da empresa", adverte.

No entanto, a maior preocupação dele é com a quantidade de dados pessoais que as pessoas colocam na internet. "As pessoas publicam tudo nas redes sociais. É uma questão cultural que deve ser mudada, de proteger-se no ambiente virtual assim como se faz na vida real", aconselha. Mas o problema não termina com uma conduta reservada de cada um. "Isso só tende a crescer. Porque eu posso não publicar nada pessoal na internet, mas meus amigos o fazem e podem me prejudicar", alerta. "Não é possível controlar a disseminação da informação", completa.

Antes de ir ao aeroporto para tomar o avião que o levaria aos Estados Unidos, Paul "Pablos" Holman salientou que não é que ele tenha uma visão pessimista sobre o futuro e a tecnologia. "Creio que talvez haja muito mais benefícios do que problemas para os usuários de redes sociais. É possível que a conduta social mude com o tempo".

Fonte: Terra

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